The Fort Worth Press - Luto e medo: a extorsão perturba a vida dos peruanos

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Luto e medo: a extorsão perturba a vida dos peruanos
Luto e medo: a extorsão perturba a vida dos peruanos / foto: © AFP

Luto e medo: a extorsão perturba a vida dos peruanos

Motoristas assassinados, comércios e escolas fechados. A extorsão assola Lima e outras cidades do Peru, apesar do envio dos militares às ruas para combater a ameaça do crime organizado.

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Entre janeiro e abril, a polícia recebeu 9.097 denúncias de extorsão, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2024.

Em Lima, capital com 10 milhões de habitantes, parcialmente sob estado de emergência desde março, três vítimas compartilham seu testemunho com a AFP.

- "Já não sou mais a mesma" -

Gustavo Salazar Yachachin foi assassinado a tiros em 22 de novembro de 2024, em Lima, enquanto dirigia um ônibus de uma empresa de transportes privada onde trabalhava.

A empresa tinha sido alvo de uma rede de extorsão por semanas.

Dois assassinos de aluguel em uma moto acabaram com a vida do motorista de 45 anos da empresa El Rápido, um crime que tirou o único filho homem de Cristina Yachachin, do popular distrito de San Juan de Miraflores.

"Muitas vezes me pergunto se estou viva ou morta", diz, em lágrimas, esta mulher de 70 anos, durante uma entrevista à AFP.

"Minha vida acabou quando recebi a notícia de que meu filho morreu", afirma, enquanto contempla um grande pôster com a foto de seu filho pendurado na sala de sua modesta casa.

A mulher, de estatura média, vestindo uma blusa preta e com o cabelo preso em um coque, comenta que seu filho "sonhava desde criança em ser motorista (...) Era um menino muito correto, muito querido pela família, pelos vizinhos e pelos amigos".

"Foi uma notícia tão horrível que, na realidade, até agora já não sou mais a mesma", diz Cristina, que soube do assassinato através de um vizinho.

Pelo menos 19 motoristas de empresas de transporte foram assassinados entre setembro passado e maio em todo o país, segundo a Associação Nacional de Integração de Transportadoras (Anitra).

- "Estou morta em vida" -

No início do ano, Marlith Bailon começou a receber ameaças contra sua vida. Exigiam cerca de 3 mil dólares (quase 18 mil reais) mensais para que ela pudesse continuar vendendo peças femininas de vestuário em uma loja do conglomerado têxtil de Gamarra, no distrito de La Victoria.

"Se você não pagar isso, vamos atentar contra sua vida", diziam as mensagens recebidas em seu celular. Ela se negou, apresentou uma denúncia e fechou sua loja.

Seu estabelecimento agora parece abandonado, com alguns vestidos pendurados ao lado de dezenas de cabides vazios. No centro comercial, mais de uma dezena de lojas fecharam devido à extorsão.

Por conta da chantagem, optou por vender pelas redes sociais. A situação teve um impacto profundo na saúde de Marlith, de 38 anos, que perdeu 10 quilos devido ao medo e ao estresse.

"Não tenho vontade de fazer nada. Estou morta em vida, como se costuma dizer. Morta em vida. Meu negócio está totalmente abandonado", lamenta, assegurando que nem mesmo se atreve a "ir ao parque perto de sua casa para fazer exercícios".

- "As bombas" -

A escola Pitágoras, localizada no distrito de classe média Los Olivos, suspendeu em março suas atividades educacionais porque uma quadrilha criminosa exigia dos proprietários mais de 160 mil dólares (892 mil reais) para deixá-los trabalhar.

Uma mãe e sua filha de nove anos viveram dias de "incerteza" porque não sabiam se as aulas presenciais seriam retomadas ou se continuariam no formato virtual devido às ameaças.

"Já em várias escolas colocavam bombas. Não sabíamos se aqui também poderia acontecer. Felizmente, isso não chegou a acontecer", conta essa mãe, que falou sob anonimato por medo de represálias.

O fluxo de extorsão "continua aumentando", lamenta a mulher de 38 anos em relação à expansão da extorsão que atinge todos os níveis. "Até os pequenos quiosques que encontramos na rua, também são cobrados".

No Peru, mais de 500 escolas foram extorquidas. Deste total, 325 fecharam por tempo indeterminado, segundo o coletivo Educar com Liberdade, que representa as escolas ameaçadas no Peru.

A.Nunez--TFWP