The Fort Worth Press - Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos

USD -
AED 3.672498
AFN 66.278316
ALL 82.286767
AMD 381.405623
ANG 1.790403
AOA 916.999793
ARS 1450.706703
AUD 1.513581
AWG 1.8
AZN 1.698045
BAM 1.668053
BBD 2.013416
BDT 122.25212
BGN 1.66911
BHD 0.376892
BIF 2955.517555
BMD 1
BND 1.290672
BOB 6.907492
BRL 5.522098
BSD 0.999672
BTN 90.191513
BWP 13.210404
BYN 2.933001
BYR 19600
BZD 2.010516
CAD 1.378835
CDF 2264.000414
CHF 0.7951
CLF 0.023226
CLP 911.140143
CNY 7.04125
CNH 7.036675
COP 3863.71
CRC 498.08952
CUC 1
CUP 26.5
CVE 94.043045
CZK 20.770014
DJF 178.015071
DKK 6.373899
DOP 62.81557
DZD 129.690059
EGP 47.531396
ERN 15
ETB 155.468002
EUR 0.853102
FJD 2.28425
FKP 0.746872
GBP 0.74752
GEL 2.689727
GGP 0.746872
GHS 11.495998
GIP 0.746872
GMD 73.501894
GNF 8739.594705
GTQ 7.656257
GYD 209.143749
HKD 7.781275
HNL 26.330401
HRK 6.428399
HTG 130.92649
HUF 330.617817
IDR 16751.25
ILS 3.20355
IMP 0.746872
INR 90.15685
IQD 1309.515179
IRR 42125.000016
ISK 125.929659
JEP 0.746872
JMD 159.951556
JOD 0.709052
JPY 155.995027
KES 128.950128
KGS 87.450063
KHR 4003.445658
KMF 420.999734
KPW 899.993999
KRW 1478.805034
KWD 0.306899
KYD 0.83301
KZT 515.774122
LAK 21648.038141
LBP 89518.671881
LKR 309.300332
LRD 176.937412
LSL 16.761238
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.418406
MAD 9.162342
MDL 16.859064
MGA 4495.599072
MKD 52.499158
MMK 2100.057046
MNT 3547.602841
MOP 8.012145
MRU 39.906011
MUR 46.10406
MVR 15.459757
MWK 1733.41976
MXN 18.005101
MYR 4.0825
MZN 63.910384
NAD 16.761166
NGN 1455.979562
NIO 36.785119
NOK 10.16495
NPR 144.308882
NZD 1.735675
OMR 0.384372
PAB 0.999663
PEN 3.365814
PGK 4.308816
PHP 58.6977
PKR 280.102006
PLN 3.58523
PYG 6673.859367
QAR 3.645474
RON 4.343302
RSD 100.111728
RUB 79.948639
RWF 1455.461927
SAR 3.750853
SBD 8.140117
SCR 13.592982
SDG 601.496241
SEK 9.29012
SGD 1.291295
SHP 0.750259
SLE 24.101968
SLL 20969.503664
SOS 570.329558
SRD 38.678006
STD 20697.981008
STN 20.895879
SVC 8.747159
SYP 11058.365356
SZL 16.766099
THB 31.4145
TJS 9.231602
TMT 3.51
TND 2.921974
TOP 2.40776
TRY 42.809903
TTD 6.783
TWD 31.562501
TZS 2490.000132
UAH 42.222895
UGX 3571.01736
UYU 39.172541
UZS 12055.48851
VES 279.213397
VND 26313
VUV 121.372904
WST 2.784715
XAF 559.461142
XAG 0.015167
XAU 0.000231
XCD 2.70255
XCG 1.801636
XDR 0.695787
XOF 559.458756
XPF 101.714719
YER 238.449719
ZAR 16.75075
ZMK 9001.203721
ZMW 22.742295
ZWL 321.999592
Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos
Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos / foto: © AFP

Leão XIV, o papa que viveu na pele dos peruanos

Dias antes de deixar o Peru contra seu desejo, o então bispo Robert Francis Prevost calçou botas de borracha e foi até uma área inundada para ajudar os afetados. Naquela altura, já estava há muitos anos vivendo na pele de um país com problemas que marcaram seu caminho.

Tamanho do texto:

Foi no Peru - país ao qual esteve conectado por quase quatro décadas - onde o agora papa Leão XIV conheceu de perto a pobreza, levantou a voz contra os excessos do poder e desenvolveu sua consciência ambiental.

De origem americana, Prevost recebeu a nacionalidade peruana em 2015 antes de se tornar bispo de Chiclayo, uma cidade de cerca de 600 mil habitantes.

Ele "se meteu na pele dos peruanos, se misturou, foi um de nós", afirma à AFP Kurt Mendoza, que trabalhou com ele de 2018 a 2023 na Conferência Episcopal Peruana (CEP).

O novo papa tem "o Peru em seu coração", como disse o jornal El Comercio em sua capa nesta sexta-feira (9).

- A pobreza -

Prevost tinha 30 anos quando chegou como missionário agostiniano na empobrecida localidade de Chulucanas em 1985. Seu começo como sacerdote moldou "sua marca", opina Véronique Lecaros, chefe do departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

Entrou em contato com as áreas rurais onde as carências se acentuam. Mais do que falar, ele ouvia os desfavorecidos.

"Seu contato com a pobreza teria sido diferente sem conhecer o Peru e meter os pés no barro, porque não é igual nos Estados Unidos", diz Lecaros.

Depois de deixar Chulucanas e passar um breve período nos Estados Unidos, ele retorna ao Peru, especificamente para Trujillo, onde passou 10 dos 38 anos em que esteve vinculado ao Peru.

Com 34 milhões de habitantes, o país andino registra atualmente uma pobreza de 27% da população, embora nas áreas rurais seja de 39%. E Trujillo é conhecida como o berço do crime de extorsão.

- O poder -

Como bispo de Chiclayo (2015-2023), o agora papa americano-peruano de 69 anos enfrentou o poder político.

Em 2017, pediu ao falecido ex-presidente Alberto Fujimori - julgado e preso por violações de direitos humanos - que pedisse "perdão pessoalmente" às vítimas.

Quando estava prestes a encerrar sua missão no Peru em 2023, defendeu o direito ao protesto. O país passava por uma grave crise devido às manifestações contra o governo que deixaram meio centena de civis mortos.

Também revelou que naquele momento disse ao papa Francisco que não era "o melhor momento" para sair do Peru.

Defensor da "democracia e institucionalidade", Leão XIV não "vai ficar calado" frente aos poderosos, aponta o ex-colaborador de Prevost na Conferência Episcopal.

- Crise climática -

O novo bispo de Roma aderiu à mensagem de alerta frente à crise climática propagada por seu antecessor Francisco, considerado pelo próprio clero como sua maior influência ideológica.

Será um papa defensor do meio ambiente, asseguram as fontes. Um indício disso é a Comissão de Ecologia Integral que ele formou em Chiclayo, precisamente em defesa da causa.

Em uma de suas últimas ações no Peru, Prevost foi até uma área inundada por chuvas extremas para advogar pelos afetados. Gravou um vídeo usando botas e camisa curta, com água até os tornozelos e casas destruídas ao seu redor.

- O mais peruano -

"Eu sou muito feliz no Peru", dizia Prevost a Francisco antes de ser nomeado cardeal e enviado a Roma, segundo confessou a uma publicação agostiniana em 2023.

Nos 38 anos de sua missão, desenvolveu um gosto pelo ceviche, o cabrito, o seco (ensopado de carne) e o arroz com pato, pratos dos quais ele afirmou que sentiria "muita falta" no Vaticano.

"Não tinha medo de subir em um cavalo, de entrar na cozinha, de servir comida, de atender as pessoas em sua simplicidade", destaca monsenhor Carlos García, presidente da CEP.

Não tinha motorista e dirigia um carro modesto. Gostava de aproveitar longas caminhadas pelas paisagens peruanas.

É "tão respeitado" que nem mesmo o Opus Dei - a ordem ultraconservadora que governava a diocese de Chiclayo antes de sua chegada - o criticou abertamente, aponta Kurt Mendoza.

M.Delgado--TFWP