The Fort Worth Press - Indígenas e ativistas brasileiros pedem inclusão do Cerrado na regulação da UE

USD -
AED 3.672506
AFN 66.340342
ALL 82.106419
AMD 381.544224
ANG 1.790403
AOA 916.999803
ARS 1450.243801
AUD 1.511076
AWG 1.8
AZN 1.698566
BAM 1.664936
BBD 2.016864
BDT 122.371669
BGN 1.667499
BHD 0.377003
BIF 2969.098493
BMD 1
BND 1.291053
BOB 6.919213
BRL 5.50899
BSD 1.001366
BTN 91.000255
BWP 13.225504
BYN 2.934549
BYR 19600
BZD 2.01397
CAD 1.377645
CDF 2249.999573
CHF 0.796695
CLF 0.023303
CLP 914.180285
CNY 7.04195
CNH 7.039031
COP 3840.98
CRC 499.702052
CUC 1
CUP 26.5
CVE 93.866519
CZK 20.72515
DJF 178.318627
DKK 6.371115
DOP 64.339831
DZD 129.462417
EGP 47.450402
ERN 15
ETB 155.450668
EUR 0.852785
FJD 2.279497
FKP 0.747395
GBP 0.747085
GEL 2.694956
GGP 0.747395
GHS 11.516132
GIP 0.747395
GMD 73.499041
GNF 8707.755172
GTQ 7.668341
GYD 209.500298
HKD 7.778581
HNL 26.382906
HRK 6.422699
HTG 131.139865
HUF 328.934502
IDR 16699
ILS 3.230975
IMP 0.747395
INR 90.29225
IQD 1311.829879
IRR 42122.50109
ISK 126.209637
JEP 0.747395
JMD 160.721886
JOD 0.709003
JPY 155.195501
KES 128.950205
KGS 87.450233
KHR 4009.534349
KMF 420.000163
KPW 900.00025
KRW 1479.679879
KWD 0.30672
KYD 0.834514
KZT 516.168027
LAK 21694.993168
LBP 89673.319457
LKR 309.986848
LRD 177.245254
LSL 16.816195
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.425238
MAD 9.163701
MDL 16.863101
MGA 4523.708181
MKD 52.470938
MMK 2099.766038
MNT 3546.841984
MOP 8.023955
MRU 39.714821
MUR 46.050242
MVR 15.410203
MWK 1736.358219
MXN 17.9617
MYR 4.085971
MZN 63.910185
NAD 16.816195
NGN 1453.670004
NIO 36.851962
NOK 10.198195
NPR 145.600579
NZD 1.731345
OMR 0.384497
PAB 1.001362
PEN 3.373202
PGK 4.257257
PHP 58.563502
PKR 280.63591
PLN 3.595406
PYG 6726.001217
QAR 3.65106
RON 4.341957
RSD 100.106985
RUB 79.052667
RWF 1457.989274
SAR 3.750735
SBD 8.163401
SCR 14.132414
SDG 601.500308
SEK 9.313503
SGD 1.29216
SHP 0.750259
SLE 23.797375
SLL 20969.503664
SOS 572.316336
SRD 38.677977
STD 20697.981008
STN 20.856389
SVC 8.762274
SYP 11058.470992
SZL 16.801808
THB 31.438977
TJS 9.202605
TMT 3.51
TND 2.924236
TOP 2.40776
TRY 42.71899
TTD 6.793253
TWD 31.570964
TZS 2462.493972
UAH 42.230357
UGX 3565.165574
UYU 39.17596
UZS 12141.823444
VES 273.244101
VND 26346.5
VUV 121.461818
WST 2.779313
XAF 558.403848
XAG 0.015085
XAU 0.000231
XCD 2.70255
XCG 1.804724
XDR 0.694475
XOF 558.406225
XPF 101.523793
YER 238.35032
ZAR 16.75448
ZMK 9001.206563
ZMW 23.006823
ZWL 321.999592
Indígenas e ativistas brasileiros pedem inclusão do Cerrado na regulação da UE
Indígenas e ativistas brasileiros pedem inclusão do Cerrado na regulação da UE / foto: © AFP

Indígenas e ativistas brasileiros pedem inclusão do Cerrado na regulação da UE

A regulação europeia que veta a importação de produtos resultantes do desmatamento entra em vigor no final deste ano e os povos indígenas brasileiros desejam que a legislação proteja também a região do Cerrado.

Tamanho do texto:

Os europeus "precisam saber de onde vem a soja, o impacto que tem na minha casa, porque o Cerrado é a minha casa", afirma Eliane Xunakalo, enquanto segura seu cocar de penas brancas para evitar que o vento de Bruxelas arraste a peça delicada.

Presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT), Xunakalo visitou Bruxelas com outros ativistas para pedir aos eurodeputados que modifiquem a lei controversa, para incluir a proteção do Cerrado.

A lei, aprovado no ano passado, proíbe as importações de produtos como cacau, café, soja, óleo de palma, madeira, carne bovina ou borracha caso sejam procedentes de terras desmatadas após dezembro de 2020.

Mas a definição de floresta adotada na lei não inclui o Cerrado, um bioma que cobre partes do Brasil, Paraguai e Bolívia, e de onde, no entanto, procede grande parte das importações europeias de soja.

A Comissão Europeia deve examinar este ano uma possível expansão para outros ecossistemas e produtos, mas para Xunakalo e outros ativistas a questão é uma emergência.

"Metade do Cerrado já desapareceu", os prados e arbustos deram lugar a monoculturas de soja, cereais ou algodão, disse Isabel Figueiredo, da ONG Instituto Sociedade, População e Natureza.

Região desconhecida fora do Brasil, o Cerrado é a savana mais rica em biodiversidade de todo o planeta.

Além de uma extraordinária variedade de plantas e animais, a região abriga nascentes que alimentam as bacias hidrográficas de todo o país. Isso rendeu o apelido de "berço das águas".

O cultivo de cereais em solos arenosos e pobres em nutrientes é rentável se a produção acontece em grande escala.

Os agricultores, financiados principalmente por multinacionais agroalimentares como Cargill ou Bunge, investem de maneira considerável em irrigação artificial, fertilizantes e pesticidas.

Para transformar o Cerrado em terra arável, as empresas utilizam técnicas que eliminam a vegetação nativa ou queimam a superfície que deve ser cultivada.

"O risco é que este fantástico ecossistema, dotado de imensa biodiversidade, capaz de armazenar carbono, regular o clima e fornecer água aos quatro cantos do Brasil, entre em colapso, que alcance um ponto de não retorno", disse Figueiredo à AFP.

- Sobrevivência -

"Incluir o Cerrado na legislação (da UE) é uma questão de sobrevivência", afirmou Samuel Caetano, da ONG Rede Cerrado.

A regulação europeia exige que as empresas importadoras cumpram a legislação ambiental dos países produtores.

"O problema é que o Cerrado não é bem protegido pelas leis brasileiras, a maioria das quais se concentra na floresta amazônica", explica Giulia Bondi, da ONG Global Witness.

Na opinião de Bondi, o procedimento de revisão já iniciado pela UE por meio de consultas com as partes interessadas é fundamental para ampliar de maneira explícita o texto e incluir o Cerrado.

De modo geral, a UE é responsável por 16% do desmatamento mundial através de suas importações e a segunda principal destruidora de florestas tropicais, atrás apenas da China, segundo a WWF.

O comissário europeu do Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius, visitou Paraguai, Bolívia e Equador este mês para tentar reduzir as críticas e preocupações.

A UE destaca seu apoio financeiro e técnico para ajudar os produtores sul-americanos a estabelecer sistemas de rastreabilidade, mas os países denunciam as limitações caras para seus pequenos produtores e o risco de uma penalização injusta para suas exportações.

"As regras são bastante exigentes em termos de fluxos de dados necessários, mas uma transparência maior das cadeias de abastecimento ajudará os pequenos agricultores", disse Nicole Polsterer, da ONG Fern.

A especialista destaca, no entanto, a necessidade de apoio das grandes empresas em todo o processo.

"Esperamos realmente que a aplicação (da regulação europeia) tenha efeitos mais amplos no Brasil, que gere pressão política para uma supervisão estatal maior sobre o desmatamento", destacou Xunakalo.

Outra lacuna denunciada pelas ONGs na legislação europeia envolve a exigência que os importadores "verifiquem o cumprimento da legislação do país de produção".

"Isto será respeitado? Esta exigência não está dissociada do desmatamento e é parte integrante da avaliação e das medidas de mitigação de riscos impostas às empresas", explica Giulia Bondi.

M.McCoy--TFWP