The Fort Worth Press - Os Gauthier e sua luta pelas vítimas do genocídio em Ruanda

USD -
AED 3.672501
AFN 66.379449
ALL 81.856268
AMD 381.460062
ANG 1.790403
AOA 916.999781
ARS 1450.46303
AUD 1.491335
AWG 1.80025
AZN 1.696346
BAM 1.658674
BBD 2.014358
BDT 122.21671
BGN 1.660496
BHD 0.377225
BIF 2957.76141
BMD 1
BND 1.284077
BOB 6.926234
BRL 5.521499
BSD 1.00014
BTN 89.856547
BWP 13.14687
BYN 2.919259
BYR 19600
BZD 2.011466
CAD 1.367605
CDF 2199.999486
CHF 0.788565
CLF 0.023065
CLP 904.839828
CNY 7.028501
CNH 7.00831
COP 3743.8
CRC 499.518715
CUC 1
CUP 26.5
CVE 93.513465
CZK 20.600097
DJF 177.719777
DKK 6.343725
DOP 62.690023
DZD 129.440006
EGP 47.548502
ERN 15
ETB 155.604932
EUR 0.84928
FJD 2.269202
FKP 0.741553
GBP 0.740975
GEL 2.684963
GGP 0.741553
GHS 11.126753
GIP 0.741553
GMD 74.50406
GNF 8741.153473
GTQ 7.662397
GYD 209.237241
HKD 7.776215
HNL 26.362545
HRK 6.395802
HTG 130.951927
HUF 330.137983
IDR 16729.15
ILS 3.186033
IMP 0.741553
INR 89.829651
IQD 1310.19773
IRR 42124.999872
ISK 125.697085
JEP 0.741553
JMD 159.532199
JOD 0.708971
JPY 156.016028
KES 128.95014
KGS 87.450305
KHR 4008.85391
KMF 417.999509
KPW 900.017709
KRW 1444.450386
KWD 0.30719
KYD 0.833489
KZT 514.029352
LAK 21644.588429
LBP 89561.205624
LKR 309.599834
LRD 177.018844
LSL 16.645168
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.412442
MAD 9.124909
MDL 16.777482
MGA 4573.672337
MKD 52.285777
MMK 2099.828827
MNT 3555.150915
MOP 8.011093
MRU 39.604456
MUR 45.950233
MVR 15.450626
MWK 1734.230032
MXN 17.93969
MYR 4.045023
MZN 63.909854
NAD 16.645168
NGN 1450.449937
NIO 36.806642
NOK 10.006865
NPR 143.770645
NZD 1.71416
OMR 0.384496
PAB 1.000136
PEN 3.365433
PGK 4.319268
PHP 58.787498
PKR 280.16122
PLN 3.57948
PYG 6777.849865
QAR 3.645469
RON 4.325199
RSD 99.565988
RUB 78.999707
RWF 1456.65485
SAR 3.750695
SBD 8.153391
SCR 15.233419
SDG 601.501832
SEK 9.171285
SGD 1.284155
SHP 0.750259
SLE 24.075004
SLL 20969.503664
SOS 570.585342
SRD 38.335498
STD 20697.981008
STN 20.777943
SVC 8.75133
SYP 11056.879194
SZL 16.631683
THB 31.070192
TJS 9.19119
TMT 3.51
TND 2.909675
TOP 2.40776
TRY 42.846198
TTD 6.803263
TWD 31.442299
TZS 2473.447015
UAH 42.191946
UGX 3610.273633
UYU 39.087976
UZS 12053.751267
VES 288.088835
VND 26320
VUV 121.140543
WST 2.788621
XAF 556.301203
XAG 0.013898
XAU 0.000223
XCD 2.70255
XCG 1.802508
XDR 0.691025
XOF 556.303562
XPF 101.141939
YER 238.450082
ZAR 16.667504
ZMK 9001.189039
ZMW 22.577472
ZWL 321.999592
Os Gauthier e sua luta pelas vítimas do genocídio em Ruanda
Os Gauthier e sua luta pelas vítimas do genocídio em Ruanda / foto: © AFP

Os Gauthier e sua luta pelas vítimas do genocídio em Ruanda

Como caçadores de nazistas, Dafroza e Alain Gauthier dedicaram quase 30 anos de suas vidas a localizar os autores do genocídio da etnia tutsi em Ruanda que fugiram para a França, onde sete homens já foram condenados.

Tamanho do texto:

"Quando localizamos o assassino, vamos ao local do crime em Ruanda, procuramos sobreviventes e começamos a investigação", diz Dafroza Mukarumongi-Gauthier a um grupo de alunos de uma escola de ensino médio em Reims, no norte da França.

No final de março, centenas de estudantes do terceiro ano do ensino médio lotaram a sala onde a mulher de 69 anos e seu marido Alain, de 75, contam sobre sua batalha contra a "impunidade" e por "justiça".

O casal apelidado de "os Klarsfelds de Ruanda" — em referência a Beate e Serge Klarsfeld que dedicaram suas vidas a encontrar nazistas escondidos — também luta para garantir que o genocídio não seja esquecido.

A tragédia marcou suas vidas há 30 anos, quando Dafroza viajou para Kigali para ver sua família no final de fevereiro de 1994, quando a tensão neste país da África Oriental já estava forte, com milicianos da etnia hutu espalhados pela capital.

Sua mãe pede então para que ela fuja e se reúna com seus irmãos na França. Embora tenha tentado retirar sua família de Ruanda, Dafroza não conseguiu e depois disso nunca mais viu seus familiares, conta ela à AFP, com o rosto ainda marcado pela dor.

Sua mãe foi morta a tiros em 8 de abril de 1994 em frente à igreja onde tinha se abrigado. "Tios, sobrinhos, primos...", toda a sua família materna foi dizimada.

O genocídio da minoria tutsi pelo regime extremista hutu então no poder causou mais de 800.000 mortes entre abril e julho de 1994 e mergulhou este pequeno país no abismo.

- "Cumprimos o nosso dever" -

As autoridades de Ruanda acusam a França, que mantinha estreitas relações com o regime hutu do presidente Juvénal Habyarimana, de "cumplicidade" no genocídio.

Em 2021, uma comissão de historiadores, idealizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, concluiu que o país tinha uma "responsabilidade assustadora" nos massacres.

Muitos dos genocidas se refugiaram na França, onde foram acolhidos de forma "indulgente", denuncia o casal. Eles tiveram uma vida anônima como médicos, padres, funcionários municipais, entre outros.

Junto ao Coletivo das Partes Civis por Ruanda, fundado em 2001, os Gauthier estão por trás da maioria de denúncias apresentadas na França contra estes cidadãos ruandeses.

Das mais de 30 queixas, algumas já levaram à condenação de sete homens a penas entre 14 anos de prisão e prisão perpétua por sua participação no genocídio.

"Felizmente fizemos este trabalho por uma questão de justiça", do contrário, "nenhum genocídio teria sido julgado e condenado na França", uma vez que o Ministério Público só começou a investigar o massacre por iniciativa própria em 2019, garante Alain.

O compromisso do casal o levou a percorrer as colinas de Ruanda três ou quatro vezes ao ano em busca de testemunhos de sobreviventes, ex-assassinos ou prisioneiros.

Esta "justiça nos permite acabar com o luto", "reabilitar as vítimas", declarou Dafroza, que junto a Alain, passou noites em claro atormentada pelas histórias de terror e traumas dos sobreviventes.

Muitas das vítimas, cujos corpos foram lançados em valas comuns, não puderam ser identificadas, logo, "a única sepultura" e "enterro digno que podemos oferecer-lhes é a justiça", acrescenta.

O casal considera "importante" recordar os 30 anos do genocídio no próximo domingo (7), sobretudo para as gerações mais jovens que não a viveram, e acredita que contribuiu com o seu "pequeno grão de areia para a reconciliação em Ruanda".

"Nós comemoramos isso quase todos os dias em nossos corações. Vivemos com isso há 30 anos", diz Dafroza.

"Cumprimos o nosso dever", enfatiza Alain.

J.P.Estrada--TFWP